15/03/2012

Era ela

Obsoleta.
Tomou coragem e soltou as amarras.
As balas, as pombas e a bicicleta não seriam mais problema.
Houve uma promessa, uma jura, um desconcerto e por fim, soube que não precisava de nada disso e sentiu-se liberta.
Encarou geraldinos, atravessou os travessões e não precisou se esconder na sombra. Sentiu-se liberta.
Não era a chuva, não eram as gotas, não eram nem mesmo as pétalas; era ela, sua força seu viço e suas sapatilhas.
Quando escureceu, não tinham mais as luvas, os alpendres e os copos...
No dia, não havia mais bancos e nem esperas. Os dedos estavam inteiros. Sentiu-se liberta.

12/03/2012

Faltas..

Faltam-me palavras, recatos, doçuras e lusuras. De um sossego rebuscado e extravagante que somente os sonhos rococós me fornecem.
Mas e de resto? E os passos, o amor, o fomento e a vaidade? O que acontecerá agora?
De toda a água que bebi, faço um apelo à vida e a compaixão, e o resto se provê..

02/03/2012

Ode ao desconexo


- Oi! Você pegou minha chave? Como não?
- Meu cabelo está grisalho? Quando isso aconteceu que eu não vi?
- Uau, esse quadro é realmente bonito! Quem o fez? Eu? Quando?
- Que bonita trombeta... NÃO, NÃO, NÃO! Por que eles o estão pondo na gaveta??
- Nossa, como sua roupa é bonita! Adoro branco! Olha, este quarto também é branco!
- Sabia que gosto muito de conversar? Já nos vimos antes?
- Meu quarto é um colchão ambulante... reconfortante...
- Ei, ei , ei! Que injeção é essa? O que? Eu preciso me medicar? Por q...







Silmara Cintra

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