11/12/2009

Descobertas nos poemas de meu pai..

Zé e Silmara eram rudes, não eram prosas, mas se entorpeceram ao ouvir novos cantos; - musica nova descia no pedestal do ventre. Levando-os a infinito azul intangível. Era a terceira composição a rasgar o céu e descer-lhes ao braço como uma gaivota que bóia no espaço.
O elogio os tomava em delongas e assim viam cair frocos de motivos e ledices de letras que entravam nos caminhos das frases atropelando o branco da memória e ateando fogo na pouca inspiração, uma palavra se acendia, outras subiam como labaredas em palha seca que devasta as moitas e carregam as matas. E por outras faz florescer as flores, dá cor à primavera.
Nisto despertaram e voltaram para a Quarta cesariana:
Eram genitores de nova chegada. Nada poderia dar mais palavras ou levar a eles maiores elogios do que aquele ego de tamanha ventura. Nascia junta outra porção de inspiração, que o levavam a relatar a sublime pessoinha - Nascia-lhe sua terceira filha, entrava fremindo a vitória e tomando conta do elogio. Veio pelo Hospital Santa Marina, trouxe todas dores de alegria, a menininha diferente de pele clara. Calma, como querendo desmentir o trabalhão que neném dá. Deu seus primeiros sinais numa enfermaria, onde havia muitas outras ansiosas pelo momento de conhecer o exterior de tudo que vinham ouvindo. Não tardou, foi depositada no ornamento de boa chegada. Não teve esplêndido enxoval, mas, foi aportada dos mais profundos carinhos. Turbilhão de boas coisas foi sucedido, e os anos foram passando.
E lá na frente seu pai estava atracado diante da mesma janela, que lhe vinha de permanente paisagem, as casas dos velhos vizinhos circundando ao redor.
Onde sua vista alcançava, encontra-se um morro coberto de capinzal e alguns pés de eucaliptos, junto um recente muro que demarcava o encontro da Rua divisando os bairros. Na direita daquela paisagem olhava-se mais além, para ver surgir a maternidade Santa Marina, que de época em época recebia centenas de bebês. E deixava chegar aos lares outros tantos remidos da mesma alegria, a luz de vida era a oferta de sonho e amor de inúmeras mulheres que compensavam a expectativa dos dias marcados, ferindo e antecedendo os meses que os angustiavam.
Marinha desprendia confortos renascentes, fabricando 15 anos, nos quais se debutava carinhos estonteados de ternura.

Dos medos que haviam, foram esquecidos, repousados de reminiscências onde os olhos festejavam a decima quinta vez do dia 17 de novembro de 2003.
Era insaciável o ensejo das novidades, traziam inspirações e anagogia para descrever as ruas, os bairros e a cidade — porque nelas encontravam os passos e caminhos onde se instalara os trilhos que os fazia ver a magia profunda e a crescença das crianças; muitas foram às vezes que Zé saíra buscando paisagens para mostrar a sua filha ou tirar algumas fotos; encontrava lugares bonitos, arvores e arquiteturas pulcras que serviam como pano de fundo. Seus passos seguiam os encantos e se perdiam no perfume do ar.
Ficava detido na condução de pensamentos que os levava as inanimadas bonecas e brinquedos que não cresceriam como a menina, mas a fazia sorrir confabulando a infância.
Dentro desta câmara de recordação, passeavam memórias saudosas de uma filha que pouco chorava e muito sorria aumentando as velas de aniversário.
Do espaço que ali viveu! Levara na satisfação, lembranças da menina, da mocinha e da mulher. Existiu muita beleza na sorte deste pai que foram preenchidas nos belos dias de uma filha que cresceu!

Jose Vitor

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