Já ouviu falar que quando o dia está chuvoso no dia da morte de alguém, é por que este alguém não queria partir deste mundo? Nesta manhã, estava sentada no meio da praça aguardando a resposta que talvez pudesse mudar ainda mais a minha vida (momentos raros eram os de paz e tranquilidade). Ali, parada, pensando, só pude observar que o sol raiava no céu.
Senti que todos me olhavam, de crianças a velhos. De tempos que isso andava acontecendo. Qual a graça? Minha mãe sempre me ensinou que é muito feio olhar com preconceito para as pessoas. No entanto, este não parece ser o consenso geral. O que será que eles viam?
Peguei dali do chão meu celular, meu diário e meu MP3, que aliás, tocava Rod Stewart – I’m Sailing (Eu Estou Navegando). Nunca tinha entendido o significado daquela música, até aquele exato momento.
Pus-me a andar. Precisava estar às dez horas no consultório do Dr. Bernardo. Caminhei por meia hora de salto-alto pelas ruas, e confesso que nem senti meus pés reclamarem.
Entrei no consultório e me sentei à frente do médico. Enquanto ele falava e me diagnosticava, me senti em um imenso turbilhão dentro de um buraco negro; engatinhava, me arrastando daquele breu e senti uma imensa pontada no peito. Ouvi finalmente uma única palavra:
…anorexia…
Corri imediatamente dali. Me recusava a ouvir tal despautério. Um atrevido, isso sim, era aquele tal doutor. No caminho de casa comprei chocolates. Iria provar que mentirada era aquilo tudo e me coloquei a comer insanamente.
Adormeci em meu sofá em cima de todos os papéis dos doces comidos.
Acordei, fui para o banheiro e exasperada coloquei a escova de dente na garganta…
Mas então, o que mais deveria eu fazer? É difícil olhar sua imagem refletida no espelho! A informação do eu ali contida mexe com a cabeça, me deixa psicótica. Entro num frenesi auto compulsivo e começo a me despir, tentando desarraigar de mim todo verme e traça que fixa em minha mente. Regurgito do meu corpo toda ameaça não embelezionária que circunda as passarelas da minha vida.
Caí no chão desesperadamente no ato de humilhação à minha existência e comecei a chorar…
Lembrei-me que lá fora o sol brilhava. Me rendi! Só podia falar para Deus, num ato confessionário: Me leve agora Senhor, o dia é propício…
Silmara Cintra
A nossa mente tem determinada capacidade, ela é feita com energia do sentimento. Não devemos exigir dela o que foge a tabela mental. Agora, vêm a calhar os dias de chuva assim como os raios solares que nos faz tão bem!
ResponderExcluiroi
Wow, mto bom amiga! Causou.
ResponderExcluirpo, gostei muito do teu trabalho. lindo posts. abraços e espero sua visita
ResponderExcluirÓtimo texto!!
ResponderExcluirQue maravilhoso talento!! Estive espiando...
Que Deus continue te inspirando SEMPRE!
Abrçs
Brigada pelos comentários queridos! Feliz que tenham gostado =)
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